segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Aprendendo a conjugar

 Conjugando o verbo "julgar" na própria percepção:

Eu fui julgada
Tu julgaste-me injustamente
Ele confirmou seu julgamento
Nós nos desentendemos depois de tantos
julgamentos
Vós decepcionais com estes julgamentos
Eles se afastaram depois de julgar.

 Agora, no ponto de vista do outro:

Eu sofri uma grande decepção
Tu me decepcionaste
Ele confirmou sua ação
Nós te odiamos agora
Vós afastais de mim
Eles não mais acreditarão em você.

 E mesmo aquele que sofre as consequências do verbo "julgar" tenha feito por merecer, essas consequências geralmente tomam proporções injustas; além do mais, julgamentos sempre são o próprio parecer superficial de um determinado fato, o qual ignora qualquer outra perspectiva além da sua e muitas vezes são manipulados, assim, consequentemente perdem completamente o sentido.
 A sorte da pessoa julgada é que ela detém uma dádiva: o livre arbítrio. Com essa carta na mão, ela é possibilitada de escolher a melhor maneira de superar tal desventura.
 Certo dia, um tal de Mateus reproduziu a fala de um certo alguém... que disse:
"...Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia... Bem-aventurados os puros de coração, os que promovem a paz, os que são perseguidos por causa da justiça..."
 E se colocarmos pelo menos uma dessas dica em pratica não é que nos sentimos melhor? É simplesmente inexplicável a consequência do verbo "compreender", que de modo geral pode ser conjugado como:

Eu compreendo sua tristeza
Tu um dia verás que estais equivocado ao ignorar o meu ponto de vista sobre o fato
Ele será condenado por sua malícia
Nós nos arrependeremos de termos sidos tão fracos em acreditar nos julgamentos
Vós perceberás que nem mesmo o culpado merece ser julgado pelos seus atos de má fé
Eles se unirão novamente.

 E no fim de todo flagelo podemos ver que, isso tudo aconteceu para nos fazer crescer, para nos fazer aproximar daquele sábio que Mateus citou, o tal do Jesus Cristo... Aquele que nos transmitiu mensagem com tamanha profundidade espiritual, compreensão das dificuldades humanas e melhor maneiras de supera-las e evita-las que hoje, esse que nasceu em meio aos humildes, se tornou tão influente que o tempo é dividido em antes e depois de sua chegada.
 E através deste modesto sábio foi criado uma das maiores religiões do mundo, devido a profundidade de seus conhecimento sobre o homem.Depois de um argumento desse, de uma prova concreta como esta, acho que torna indiscutível o poder do verbo "perdoar":

Eu perdoo para ser feliz
Tu é perdoado para sermos felizes juntos
Ele perdoa porque viu a nossa felicidade
Nós perdoamos pois conhecemos o que realmente nos torna feliz
Vós perdoais para que possam encontrar a verdadeira felicidade
Eles perdoam porque aprenderam que só assim terão paz!

 De fato, discuti com Jesus não é uma escolha inteligente. Ele é um mestre para entender a subjetividade humana, nossas aflições, desejos e necessidades. Mas seguir suas dicas realmente não é tarefa muito fácil, porque temos de ignorar o orgulho, egoísmo, medo e vários outros sentimentos fracos que trazemos junto a nossa essência, aquilo que nos torna humano.  A única essência capaz de trazer consigo sentimentos antagônicos, que nos cresce ou nos enfraquece.
 Então desafio vocês (e me desafio também), a enfrentar seus problemas através do amor, integridade, calma e buscando um coeficiente comum: a paz. Ignorem todas as oportunidades para julgar pois as palavras tem poderes de dimensões incalculáveis, tanto para o bem quanto para o mal. Um exemplo simples do poder da palavra são esses líderes religiosos, Jesus Cristo (o qual tenho um carinho especial), Maomé, Buda, Confúcio, Oxum... todos eles conquistaram milhões de admiradores pela sua eloquência, claro que também por suas atitudes mas elas são a concretização de suas falas.
 Enfim, desejo a vocês uma boa fé! É porque seguir os conselhos dos Doutores de Homens precisamos mesmo é da fé para deixar todos nossa pequenez de lado e ir atrás de um sentimento maior, um que desconhecemos e que só será possível degustarmos se confiarmos nas dicas desses sábios.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Coisas que todos odiamos

Odiamos que alguém nos decepcione, sabe aquelas expectativas que criamos sobre um ser humano (engraçado né, nós seres humanos criando expectativa sobre outros, me soa mais que engraçado, muito irônico!) ? Pois é, a frustração da nossa vida é esperar algo em troca e não receber como esperado, ou não ver que recebemos. Assim como indignar com uma atitude de um amigo sem se quer entender o motivo que o fez agir daquela forma.

Odiamos também não alcançar nossos objetivos depois de uma intensa luta, como se a vitória fosse a nossa única conquista da nossa busca.

Temos pavor de pensar em perder uma pessoa especial, sem perceber que se realmente essa pessoa era especial ela estava do nosso lado em todos os momentos, seja desde a infância, desde alguns meses, seja em qualquer tempo que tenha entrado em nossa vida, ela fez a diferença. E nós, os animais mais inteligentes que a natureza criou, somos tão dotados de perspicuidade que não conseguimos desfrutar de excelso companhia enquanto temos oportunidade.

Ah essa é boa: detestamos aquilo que não é culto, não é erudito. Como se nossos gostos musicais, nossas escolhas profissionais, nossas opções em geral sejam melhores que a de outra pessoa qualquer. Como se a música ópera fosse muito mais bem composta que a mpb, o pagode desse de dez a zero no funk, como se o rock fosse bem mais crítico que o reggae, como se o que é diferente de mim não prestasse. Depois desses humildes (devido a sua pequenez) pensamentos temos a audácia de nos inconformar com pensamentos (e atitudes) elitistas que a sociedade (principalmente os políticos) tem, sendo que nós mesmo definimos o que é ou não cultura e mais inúmeras coisas.

Contradição. Nada mais medíocre que uma pessoa que se contradiz, essa que não tem personalidade e chega ate ter um caráter mórbido. Pessoalmente, esse é o ódio mais vulgar que percebo no ser humano. Se usarmos um pouco da nossa lucidez perceberemos que faz parte da nossa essência nos contradizer, mesmo porque tudo esta em constante mudança; a moda, a natureza, as cidades, as sociedades, nossos gostos em particular e até mesmo nossas convicções. É como ja havia dito antes: contraditório mesmo é manter-se imutável numa sociedade dialética.

Nada mais insuportável que pessoas fúteis, alienadas, "barraqueiras", superficiais, dramáticas, grosseiras e blá blá blá. Poderia continuar a citar infinitos ódios comuns aos seres humanos, para no fim tentar faze-lo perceber que toda essa hostilidade de, absolutamente, nada vale. E no quanto insisto bater da tecla do "simplesmente amar", porque eu ( e aposto que você também) nunca vi problema, intriga, desentendimento algum ser resolvido através do ódio, assim como também nunca vi hipocrisia maior que nós nos considerarmos "fodas" o suficiente para julgar.

Depois de tudo saio convicta daqui apenas de uma coisa: Jesus Cristo sabia muito bem do que falava quando nos aconselhava a não julgar o próximo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Metamorfoses

Mudamos por necessidade, por acompanhar a dialética social. Mudamos por consequência das nossas interpretações e de nossas convicções. Também por sermos instáveis, predispostos a agir sempre da maneira que melhor nos convier num dado momento, aos constantes julgamentos que fazemos entre "certo x errado", "verdade x mentira", "justo x injusto" e afins. Mudamos para seguirmos o movimento da nossa vida, das nossas descobertas, nossos erros.

Essas mudanças podem ser tratadas como evoluções, mas também como regresso. O fato em si é que nossas metamorfoses são dadas por experiências, aprendizagem, questionamentos; como reagimos a ela é apenas por questão de perspectiva interligada a nossa subjetividade.

Sentimentos que temos após rios de lágrimas antes de ontem poderia ser de vítima (mundo injusto, cruel, egoísta, incapaz de ver a verdade!) , depois de amanhã soaria como triunfo do prazer em arriscar (poderia ter evitado a dor, mas teria que perder a dança - Renato Russo).

O fato de como degustamos da efêmera presença de alguém que um dia pensamos em perpetuar nossos belos sentimentos um pelo outro (seja como amigos, amantes, revolucionários...) hoje depende diretamente das nossas certezas, amanhã apenas de nossas transformações.

Mudar é uma característica humana muitas vezes amedrontadora. Uma simples e comum mudança modifica um esquema racional por completo, desde sua base robusta a seu frágil e detalhista topo; e faz com que nós, reles mortais, perdemos o controle da situação e nos desesperemos (por ingenuamente acreditar que diferente ou igual, no início detínhamos algum controle).

Em suma, nossas modificações fazem parte da nossa natureza, a dificuldade em conviver com ela vem de nossas cabeças sectárias, da incapacidade de ver o quanto é importante para nós aprendermos a lhe dar com o "antes" e o "depois", vem também com nossas devassas com um convívio mais crítico com diferentes pessoas. Elas se oriunda de todos os lugares, vão e voltam, reformulam, caem em desuso... Estão por toda a parte, afim de nos ajudar a nos superarmos sempre, ou não.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Vida real

Ela estava cansada de estar sozinha

Ele estava entediado

Certo dia eles se encontraram por acaso e se conheceram

E depois de um longo papo e algumas tequilas...

Não deu outra!

Ela dormiu ao lado dele pensando ter encontrado "Ele"

E ele dormiu satisfeito...

Quando ela acordou, percebeu que ele era mais um, que estava sozinha novamente e que tudo isso não passava de um jogo sínico...

Ele pelo contrario, percebeu que algo de diferente ele sentia, percebeu que com ela foi diferente, foi incomum.

Ela fugiu dali frustrada,

Ele acordou carente.

O tempo passou e ela se revoltou com as constantes frustrações.

E ele, com a ausência dela.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Olá querido,


soube que você não vai voltar pois não há mais nada vivo aqui.

Não sei se você lembra, mas você dizia que minhas palavras lhe soava como uma brisa que batia levemente em seu coração, e ainda era possível sentir o cheiro de rosas nelas. Dizia também que eu era pra você a prova de que a pessoa não precisa ser perfeita para ser amada, que até os mais terríveis defeitos se dissipavam perante ao amor que tinha por mim.


Talvez devo relembra-lo do que sentia por você, e ainda sinto. Talvez esse foi o maior pecado que cometi, não lembra-lo a todo instante o quanto és surreal a mim, o quanto é singelo meu sentimento por você, e a profundidade dessas palavras que saem de dentro de mim, vão além da alma, alcançam o divino.


Me desculpa por amar como uma humana, onde por súbitos momentos o orgulho se apossava de mim, as palavras lhe soavam como espinhos batendo bruscamente em seu coração, tudo que lhe demonstrava e dizia não era nem de longe semelhante ao que sentia por você.


Mas devo lhe confessar, não trocaria a dor que senti quando soube que você partiu pelo o que aprendi. Acho que agora estou pronta para te amar, finalmente percebi o que vale realmente a pena me importar, e eu me importo com o seu bem estar. Perto seria melhor, mas longe também é bom. O essencial agora e te ver feliz, te ver bem amado e satisfeito.


Devo lhe confessar também que não consigo aceitar essa desventura, mas reconheço que tenha acontecido por uma aglomeração de tênues feridas. Me desculpa meu amor, por entender o que é amor tardiamente, por não ter compreendido como e para que deveria expor meus sentimentos. Me desculpa meu amor, por ter defeitos tão frios, mas estou disposta a por em pratica tudo que aprendi em sua ausência, a perceber sua carência e curar as feridas que lhe fiz.


O caminho do amor é estreito, com muitos obstáculos e muitas vezes não somos capazes de ver os sinais que nos desviam dos conflitos causados por tais empecilhos. Existem muitas coisas que gostaria lhe dizer mas não sei como. Toda via, digo-lhe que de agora em diante serei mais que sua amante, serei sua protetora.


Você voltará pra casa e parará esta dor?

Você voltará pra casa e me permitirá ama-lo novamente?
Volte. Mas volte disposto a sentir as maiores alegrias da vida. Volte aberto para viver um novo amor.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Uma questão de perspectiva


Suponhamos um mundo mais ético. Um espaço onde a sua palavra vale mais que seu CPF, o amor supera o egocentrismo, o diferente não causaria impacto apenas por termos a noção do que seja "diferença", os estereótipos seriam como lendas, a mídia transmitiria as diversas identidades culturais e não as doenças culturais; um lugar onde temos o pleno conhecimento de como exercer a cidadania e o doce prazer de exerce-la em completa liberdade.

Onde o homem ja nasce bom e a sociedade o enobrece ainda mais, a natureza não serve o homem mas o completa, os animais não são apenas seres irracionais e sim colabores da manutenção do planeta. Não ha sorriso malicioso, olhar frio, jogo de interesse, ambiguidade nas palavras... existem regras e todos temos aspiração natural em segui-las, o respeito ao próximo vale mais que satisfazer suas "necessidades" pessoais.

Bonito mundo certo? Bem, analisemos agora com outro olhar.

Em um mundo perfeito não ha milagres. Não se vê uma criança sofrendo, mas também não ve uma criança ajudando o pai a superar seu vício através de suas singelas palavras e gestos. Atos como os de Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, Zilda Arns não são valorizados ate mesmo porque não ha o desafio de enfrentar as diferenças sociais e suas dores. A amizade sincera, instinto materno e paterno de querer cuidar e amar incondicionalmente seu filho, gesto de carinho, o consolo que as palavras bem ditas nos proporciona, a própria vontade de fazer o bem sem precedentes, o quão épico é observar o nascer do sol, noite de lua cheia, crepúsculo, a neve caindo... Momentos e comportamentos magníficos que seriam subjugados á perfeição.

Talvez o principal ingrediente para o milagre seja a imperfeição agregado ao livre arbítrio. Talvez tudo seja assim conturbado, injusto, manipulado, cruel, egoísta por proporcionar ao homem a capacidade de ser heroi sem ter super-poderes, mas simplesmente por amar!

As possibilidades unem-se a autonomia, onde somos livres para poder escolher, aconselhar e agir. Escolher respeitar a todos, aconselhar a praticar a paciência e agir em nome do amor. Isso é milagre, superar a nós mesmos, a vontade de satisfazermos nossa particularidade, superar o comodismo, o defeito; constante busca do perfeito em nome de um bem comum.

Em outras palavras, talvez um mundo imperfeito seja mais espontâneo e consequentemente possibilite maior realizações de feitos heróicos, talvez tudo esteja no seu devido lugar, tanto as dores quanto as alegrias, para assegurar nossa independência de optar e realizar, ou não, nossos prodígios.

Agora, se é melhor um mundo perfeito ou imperfeito, é meramente uma questão de perspectiva.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Conclusão

Seu eu pudesse manipular
Pudesse controlar
Impor algo ao homem...

Eu manipularia atitudes
Controlaria a pungente dor
Imporia o amor...

E cairia em contradição
Nada disso cabe em um bom coração
E nem em boas intenções

Seu eu pudesse manipular
Pudesse controlar
Impor algo a mim...

Manipularia minhas vontades
Controlaria meu ego
E imporia a mim mesmo, compaixão

E chegaria a uma conclusão
Simplesmente amar!
Para libertar a mim, e ao meu irmão

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Entre amigos


Como de costume Julia conversava com Bernardo, seu melhor amigo, tão melhor que nem precisavam morar próximos para sustentar esse sentimento. Longos, constantes e hipnotizantes assuntos... dificilmente o silêncio prevalecia entre eles, dada aquela amizade que vivia em perfeita sintonia.

Um belo dia Julia tocou num assunto inusitado, e teve uma grande surpresa:

- Todo mundo tinha era que casar com aquela primeira paixão, é um amor tão puro, isento de qualquer experiência traumática...
- Eu não quero me casar.
- E por quê?
- Porque eu nunca quis. Sempre vi casamento como uma coisa muito chata, nunca fui ao casamento de ninguém.
- Mas o seu casamento, com aquela garota encantadora você vai gostar de ir!

Curioso e objetivo, o rapaz questiona:

- Qual?

Surpresa com esse comentário com tom tão cético vindo de uma pessoa com a qual tinha imensa admiração, Julia sentiu-se na obrigação de tentar explicar a Bernardo em que exatamente ela acreditava.

- Ela que tanto te ajudo, disse palavras que soou a você como música, ela que lhe faz estampar um sorriso apenas por lembrar de uma conversa, uma piada... Ahh ela! Quando você achar vai saber que é ela...

Perturbado, mas sempre com aquele jeitinho engraçado que só ele sabia ter, prossegue a conversa.

- Olha, você está me deixando confuso emmm

Esboçando um grande sorriso, Julia vê agora sua grande oportunidade de testar sua retórica, e salvar o amigo do ceticismo.

- Ela que mesmo com todos os problemas, os defeitos, lhe faz sentir um amor maior que qualquer decepção. B, só estou lhe apresentando a minha perspectiva de uma companheira, companheira ate a morte, companheira de família, de lutas, vitórias, de dores e alegrias... que pode te magoar por palavras, mas conquista por gestos! Casamentos são chatos, mas a pessoa com quem você casa supera qualquer cerimônia chata, qualquer picuinha de casal, qualquer problema ate mesmo serio da vida... simplesmente por amar, amar de verdade, com o coração, com sinceridade. Aquela companheira sabe?! Amar tanto, mas tanto, que sabe que aquela infeliz palavra dita por ela no momento de raiva foi só naquele momento, e momento temos vários, mas amor...

Perplexo, Bernardo interrompe a fala da amiga traçando novamente expressões faciais cômicas fazendo com que Julia desconcentre. Mas elas, perspicaz, não se deu por vencida por agradável interrupção:

- Para com esse receio de amor B. Por mais decepções causadas você é forte e supera, não se prive de sentir isso é tão bom se jogar!

Demonstrando ligeiro desespero, disse Bernardo:

- Do que você esta falando? Você esta me deixando confuso de novo!

Julia com um doce sorriso, se expressa:

- Em que exatamente estou te deixando confuso? Não tenha medo B, experiências estão ai para nos fazer superar, e não a nos intimidar. Você não precisa disso, você é foda cara, quando encontrar alguem que vale a pena vai fica com ela o resto da vida e fim! Não a deixe escapar!

Com aquelas expressões que só mesmo Bernado sabia fazer, serio, pensativo, solta uma confusa e ironica resposta:

- Deve ser culpa das baratas...

Cansada dos bloqueio emocionais de Bernardo, Julia indignadamente contesta:

- Você é um frouxo! Aliás, homens são! Dificuldade em sentir coisas boas, por medo sei lá, pelo amor né?!

Após um minuto de silêncio entre eles, Julia encerra o assunto com seu ultimo comentário enquanto acaricia a mão de Bernardo.

- Apaixonada como sou por música, toda essa conversa me fez lembrar de uma...

Segurando a mão dele, olhando para o céu limpo e azul, muito azul, Julia com sua não muito simpática voz canta para Bernardo:

- And all the roads we have to walk are winding,
E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas
and all the lights that lead us there are blinding,
e todas as luzes que nos levam até lá nos cegam
there are many things that i would like to say to you but i dont know hooow...
existem muitas coisas que eu gostaria de te dizer mas não sei como
Cause maybeee,
Porque talvez
you're gonna be the one that saves meee,
você vai ser aquela que me salva
and after aaall,
e no final de tudo
you're my wonderwall ♪♫
você é minha protetora

Suspirando, ela diz:

- Oasis tem boas letras...

Regresso

Na sua ideia me aprisiono
Inquieta, perplexa. Questionando.
Na mesma órbita que a Lua
Imaginando a realidade, em qualquer lugar fora dali...

Desejando reciprocidade dos sentimentos mais clichês
Ou dados como clichês...
Desejando racionalidade, por vitalidade
Por receio da verdade, da possível não reciprocidade

Se atendo o coração, mergulho-me na ilusão?
E se atendo a razão, condeno-me a solidão.

Lindas mentiras!
Tão monstruosas quanto atrativas
Crendo em uma verdade impossível
Apenas por esperança, ou será por regresso?

Assim vou-me ir novamente
Cativa por velhos sentimentos
Menos crente, mais cética
Incapaz do movimento

Com vestígios vivos do passado
Vestígios daquelas boas e sinceras sensações
Que hoje são marcadas pela idade e pela experiência
De uma pessoa ressentida, desiludida de motivações.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mensagem para 2O11

E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu a vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!”

Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que responderias: “Tu és um deus, e nunca ouvi nada mais divino!” Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse; a pergunta, diante de tudo e de cada coisa:

“Quero isto ainda uma vez e ainda inúmeras vezes?”

Pesaria como o mais pesado dos pesos sobre teu agir! Ou então, como terias de ficar de bem contigo mesmo e com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?

Friedrich Nietzsche