terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cadê o cigarro na mídia?


Ha tempos venho me indagando sobre isso. Primeiro, a proibição da propaganda televisiva do cigarro, depois a disseminação dos malefícios causados bem no rótulo do próprio produto, logo leis que limitam até mesmo áreas de fumantes e não fumantes; e hoje ao acompanhar as séries de jornais que passam pela manhã na rede globo mais uma: a Europa inteira permitirá a comercialização de apenas uma tipo de cigarro, o que apaga sozinho, e é claro que essa determinação foi por motivos ambientais.

A discriminação da comercialização desse produto, altamente presente entre as pessoas mesmo com tantas "repressões sociais" dado ao fato de ser associado ao "glamour hollywoodiano", vem perturbando minha paz.

Enfim, apresento uma simples teoria, sem qualquer espécie de pesquisa sistemática mas apenas com observações e minha doce tendenciosidade por política.

Minha pergunta inicial sempre foi "o que será que os empresários desse ramo aprontaram contra o Governo para que haja tanto boicote de incentivo comercial, nesse Governo regido pelo neoliberalismo e sua belíssima ideologia de livre iniciativa?". E foi assim que lembrei de uma temática um tanto polêmica, a emissão de CO2.

A partir dessa perspectiva fiz uma breve pesquisa na internet sobre a emissão de CO2 proveniente do cigarro, e pude ter acesso a inúmeros textos, quase que essencialmente de ambientalistas e "doentes", desenvolvendo críticas a respeito.

Pois visto problemas ambientais, saúde e agregando a políticas públicas de "empecilhos para consumo" não pude tirar conclusão diferente: sinto que nossos governantes, tanto em âmbito nacional quanto internacional, estão tentando aí diminuir com a emissão de CO2 sem afetar aos produtos (mais investidos pelas classes dominantes mundiais) que mais atingem o meio ambiente como os grandes criadores de carne bovina, as áreas improdutivas incapazes de se restabelecerem pelas mãos dos empresários ou dos políticos e ao mesmo tempo não servindo nem para a reforma-agrária, o investimento em áreas verdes, preservação das poucas áreas florestais intocáveis e etc.

Sinto ver em breve propagandas da diminuição de emissão do CO2, com dados estatísticos falseados e infundamentáveis. Propagandas se gabando dos benefícios trazidos pelo governo em regência, propagandas que, como diria nossa sábia cultura popular, "tampam o sol com a peneira".

Como já disse, isso não é uma pesquisa é apenas um ponto de vista. Aos mais cientes do que venho a propor, por favor, sintam-se no dever de acrescentar algo a essa visão de uma leiga.

sábado, 12 de novembro de 2011

À burguesa do século XXI

Ei querida!

Cada dia que passa ta mais bonita em? Vaidosa, cuidadosa, e com personalidade forte! Ha um tempo atrás seria inspiração de muitos poetas, românticos, apaixonados, sonhadores... Que falta faz uma sociedade com homens de verdade né?

Pois é, mas hoje sua bela roupagem ta servindo pra moleque se inspirar no banheiro rs, fica difícil cobrar romantismo dos meninos.

Sua "personalidade forte" se limita ha um recalque tão nítido, onde valoriza a "indisponibilidade". Aprendeu pela dor (e com as frases do Caio Fernandes de Abreu) a ser "forte", fria, a desconfiar dos amigos e a humilhar os inimigos de salto agulha; tendo a Blair Wardolf inspiração ideológica (e monetária rs)... Tão superficial darling!

E a boca o que tem feito com ela? Formado palavras, expondo opiniões ou... Rs, continua servindo pra introduzir a genitália masculina?

É querida, já pensou no que vai ser quando crescer? Ou ta curtindo o "carpe diem"? Tanta coisa pra preocupar né? Qual vestido usar na próxima festa, superar o look daquela biiiiiitch que se destacou mais que você na ultima coluna social, comprar a nova coleção de sapatos DG, pintar seu cabelo de loiro como o da Britney... Ah claro, tentar superar aquela traição do filho do dono da empresa "Kick my Ass". Tá doendo até hoje né...

Mesmo com tantas dificuldades não pode deixar de se informar, além do mais é uma mulher de conteúdo! Lê a revista "Caras" assiduamente, "Veja" esporadicamente, "Kama Sutra" de cada dia! Coisas úteis pro seu dia-a-dia rs.

No que tem trabalhado? Ah claro, bumbum né? Não da pra deixar flácido não rs. Tem muita piranha na concorrência querendo dá de graça pro mesmo cara que você daria! Coitada das prostitutas, perdendo espaço no mercado pra essas vadias fúteis!


Mas você tem uma vantagem né? Topa sensualizar junto com outra amiga para a alegria do filho do dono daquela loja de roupas de marcas que você a-do-ra! Vale tudo por uma calça da Coca-Cola! E por um "gostosa" na sua foto do facebook.

E também, o uso de entorpecentes tem te ajudado nessa sua árdua rotina para se encaixar em algum lugar desse mundo. É a única coisa que você deseja certo? Ser AMADA por um cara rico, ser reconhecida pela sua COMPETÊNCIA que vai além da sexual, viver um perfeito AMERICAN DREAM com uma família estável. Sem mentira, sem dor, só com muito amor, saúde e dinheiro!

Tá difícil lidar com seus anseios humanos agregados aos anseios sociais né? Num da pra ser amada por um cara pobre, nem pra conquistar e tão desejada competência só com o próprio intelecto, precisa de do suor né? E de alguns gemidos bem ensaiados!

Compartilho com você minha querida amiga, a dificuldade de se auto-conhecer. Num é fácil ser livre dentro de um padrão como esse. Sua vida ta passando e você não está conseguindo se encaixar como queria, ou você se encaixou mas não conseguiu ainda ser feliz.

Mas nada que um silicone e uma lipoaspiração não prolongue sua felicidade. Esse mundo moderno tem tecnologias tão úteis não é mesmo? Mas discutiremos isso numa próxima ida ao cabeleireiro... Vejo você no próximo evento, usa esse vestido viu?! Ficou ma-ra-vi-lhoooo-so em você! E não mostrou aquela sua gordurinha, rs, amiga!

sábado, 5 de novembro de 2011

Praticando a auto-crítica.

Acreditando que a maioria das pessoas tem desejos, e principalmente os mais jovens constroem seu presente baseados em expectativas futurísticas essencialmente subjetivas, sugiro aqui a auto-crítica.

Desconsiderando a princípio valores morais, éticos ou qualquer outra palavra que carrega seus sonhos de significados pejorativos ou não, procuremos analisar nossos objetivos de uma forma a problematizá-los para buscar sentido.

Citando um “burgês”, o qual preza seus valores em ideologias neoliberais, se valendo pelo quanto ganha e pelo tempo em que mantém seu ganho. Jovem, estudando para manter o patrimônio do “papai” ou da “mamãe”, pré-vê sua realização pessoal após adquirir um jato, o qual se movimentará para passar férias em sua casa na Europa, ou a trabalho que constantemente terá de fazer em vários países do mundo e etc.

Agora um ponto de vista de um intelectual, que tem cede insaciável pelo conhecimento, anseia pelo dia que conquistará lugar de destaque entre os grandes pensadores de seja lá qual for o ramo, busca qualificações para dar a sociedade respostas inquestionáveis ha cada pergunta formulada. Independente do contexto que for inserido deseja sempre ser o portador da verdade, fornecedor do saber, que é oriundo de um sistemático, cauteloso e autêntico estudo promovido pelo mesmo e aplaudido por todos.

Compartilhamos uma visão marginal, de um indivíduo que indefere de anseios materialistas ou intelectuais, busca por uma vida digna, onde não dorme preocupado com o que terá para comer amanhã ou como sustentar sua família uma vez que o pai ou a mãe tem dificuldade de “lidar” com o dinheiro (e/ou adquiri-lo) e distribuí-lo entre as próprias necessidades básicas justamente com as dele mesmo e de seus irmãos mais novos, incapazes do trabalho; ele está sempre a procura do que comer, de como driblar a fome, de se preocupar com o que faz-se imprescindível para a sobrevivência humana.

Enfim, dado três pontos de vistas extremistas, introduzo aqui essa tal de “auto-crítica”. A busca constante de um foco longínquo do “hoje”, do “presente”, do que se tem em mãos... Afinal, de que vale? Realização pessoal? Felicidade, equilíbrio, dignidade, sabedoria... É isso que vale deixar passar todo seu presente em função de um futuro? Independente da posição social, do valor aquisitivo envolvido, da moralidade, da utilidade; demasiado foco será mesmo que vale a pena? E quando à aqueles que buscam o básico, esse “básico” se limita a apenas necessidades biológicas? Para quê tanto foco naquilo que se pode tocar, te pode ter, se pode mostrar?

A soberba, seja em qual for a perspectiva “física” que aqui situamos, ou seja: monetária, didática e/ou alimentícia, deve sempre ser questionada. A final, nenhum milionário se diz completamente realizado dentro do seu jato sem uma esposa ao lado, sem um filho, sem um abraço, sem um carinho. O mesmo acontece com esse intelectual “dono da verdade”, de que vale tanta informação sendo que todo ser humano tem o humilde desejo de receber amor, atenção, consideração, entre outros. De que adianta ter sempre mesa farta, porém não se sacia de sentido, de motivo, onde rege a paciência, o diálogo, os sorrisos e que sempre nos remete a mesma necessidade: ser amado. E pouca gente é amada quando o mesmo não ama, há não ser (acredito eu) que seja por Deus.

A fé tem muitas utilidades, pode até alienar, estreitar a visão de um indivíduo a respeito de um fato; mas indubitavelmente a fé num poder transcendental, seja Deus, seja Alá, seja alcançar o nirvana e afins, completa o homem, dá sentido as buscas pessoais equilibrando-as a mais simplória necessidade física, mental, espiritual: o amor.

Espero ter levado-os aqui a problematizar seus anseios intrínsecos embasados no amor, ou seja: amar o que faz, fazer com amor e compartilhar o amor. Mas indico não limitar suas perguntas a apenas essas perspectiva, a final, há um turbilhão de sentimentos que nos invade cada dia de nossa vida, e na mesma proporção vem perguntas possíveis de serem respondidas, bastam observar que elas existem e que são tão presentes quanto seus sonhos, ou até mais.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Por que não fazer História.

Aproprio-me de um clássico pensamento do Friedrich Nietzsche: até que ponto você aguenta ouvir a verdade?
Eu, graduanda em história e apaixonada pela mesma, julgo-me com ligeira autoridade para lhe dizer o porquê “correr” dessa ciência.

Considere-a como um amigo, o qual tem infinitas afinidades e compartilha momentos memoráveis de sua vida. Aproveite essa consideração para enxergar a saída de emergência. Uma vez sendo "paixão desenvolvida" e não necessariamente "implicada" (como seu amor por pai, mãe, irmãos, etc.) acredito que seja mais fácil quebrar seu laço afetivo.

No decorrer do curso, rico em teorias, perspectivas e expectativas; você poderá escolher enxergar com certa minuciosidade as inúmeras lutas de cunho popular. Cada determinada fase da humanidade, haverá uma determinada classe subjugada como também haverá aqueles que lutaram pela dignidade que lhe foram tiradas (em troca de alguns valores materiais ou à um conjunto de idéias). Inspirador! As vezes.

Concomitantemente você poderá enxerga nessa perspectiva social-política que as classes subalternas nunca alcançaram seus objetivos puro; podem ter conseguido por um curto período, ou chegam perto de seu objetivo final mas não lhes são concedido a graça da vitória, ou pior ainda: terem sua ideologia, o motivo pelo qual se sentiram capazes de tentar algo novo, algo que se aproxima do justo, algo que lhes lembrem sobre sua condição de reais cidadãos, transvestida para a classe dominante (ou para classe dominante que se formará após sua luta teleologicamente belíssima!), para aqueles que lhes manterão subjugados e alienados aos próprios interesses (mesquinhos, antiprogressista, desumanos).

Isso foi um simples e superficial exemplo do quanto o curso de História pode não ser inspirador. A partir daí pode-se tirar óbvios questionamentos: por que lidar com fatos que brincam com sua condição humana que insiste ter esperança? Por que se focar em lutas que de alguma maneira são sempre subvertidas do desejo inicial? Quando é hora de viver ou deixar morrer? Pra quê expor sua fé e força ha um limite desgastante e que pode vir a ser paralisador? Qual é a finalidade de chegar tão próximo do fogo?

Acredito que dessa breve passagem é possível nortear você, leitor, a pensar duas vezes antes de escolher implicar-se nessa insana paixão.

Bom, uma vez considerando "História" um sujeito que se assemelha a um amigo, não podemos evitar aqui de discorrer algo mais subjetivo. Esse amigo que é capaz de testar sua paciência ha um limite jamais imaginado, de lhe colocar numa situação de extrema ferida no orgulho, de sufocar seu coração em exigências, reclamações, palavras de indescritível ofensa; amigo que projeta (propositalmente ou não) em você um parceiro perfeito que suporte toda a verdade de sua personalidade que aparece gradualmente, num (nem tão) longo processo de convivência... É exatamente o mesmo amigo (defeituoso, desgastante, asfixiante) que lhe apresenta cores do mundo que você jamais havia visto, janelas nunca notadas anteriormente, apresenta-lhe possibilidades se quer algum dia cogitadas, honestidade até então desconhecida fora do eixo familiar, lhe envolve num vínculo de tal forma que com mesmo tamanho sufoco você escolhe perdoar seu amigo de demasiado desgaste mental pelo fato de ver nessa convivência, nessa troca de conhecimentos, nesse emaranhado de cores, vantagens de acreditar no valor de singular amizade!

Uma vez dotado de livre arbítrio, deixo para você o desafio de dissertar sobre “Por que não fazer História” formando uma opinião consistente. Pois eu, Rafaela, escolho crescer com a dor provocada pela esperança que as vezes se inibe junta aos fatos generalizadores e céticos, escolho acreditar nas lutas mesmo que muitas vezes subvertidas, escolho ter fé em alguma coisa; e aproprio-me novamente de outra uma frase do mesmo filósofo Friedrich Nietzsche: aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal. Afinal, tudo sempre será uma questão de perspectiva.