Você já olhou para as pessoas? Mas olhar mesmo, de modo que não seja para analisar seu comportamento no meio social (o que pra mim são apenas julgamentos superficiais) e sim observando as atitudes respeitando sua subjetividade.
Como por exemplo, um grande amigo seu divulga uma conversa íntima distorcendo a realidade e depois não assume o tê-lo feito. A principio qualquer pessoa com sangue nas veias no mínimo daria uma lição de moral no amigo e se afastaria, mas isso é para aqueles que olham para as pessoas perfunctoriamente.
Se você fosse amigo mesmo, teria entendido a fragilidade dele ao se lembrar de todas as dificuldades pessoais que este amigo passou com a família, quando compartilhou com você as discursões, diálogos e tristezas. Saberia que essa distorção foi uma conseqüência de uma convivência conturbada com a própria mãe, cheia de ambigüidade e jogo de interesse. E assim você, na qualidade de amigo, entenderia a infeliz interpretação das suas palavras por uma pessoa a qual tem infinito carinho e conhecimento pessoal.
Eu não digo aqui para ser indiferente a traições e decepções, mas apenas para prestar atenção que tanto a "vítima" quanto o "réu" são humanos da mesma forma, propícios a errar, desentender, questionar e etc como qualquer outra pessoa. Se nos deixarmos ser tomados pelo sentimento de vitimização estaremos sento egoístas ao ponto de ignorar toda a convivência com célebre amizade, e assim cego de nós mesmos.
Levando em consideração esse exemplo fica mais fácil OLHAR para alguém próximo e especial, mas por que não olhar assim para George Walker Bush? Afinal, o que ele tem de humano diferente de nós? Se sabemos um pouco sobre a história dele, é fácil ver que provavelmente não teve uma boa convivência com o pai George Herbert Walker Bush, ou pelo menos bom exemplo. E por que não olhar assim para um estuprador? Certas barbáries só são possíveis de ser efetivada por um coração machucado, que só conheceu o abuso e a maldade, e que nunca chegou perto de ter um LAR composto por uma FAMÍLIA como devemos saudavelmente ter.
Então, o que faz pensar que essas análises comportamental são uma maneira de visão e expressão da subjetividade alheia? Sendo que cada um dos 6 bilhões de habitantes deste planeta são reflexos de suas escolhas pessoais, do ambiente que foram inseridos, das instituições que participaram e até mesmo do próprio DNA.
Que argumento concreto tem o julgamento? Que direito temos de julgar sendo que somos tão subjetivos quanto?
De fato, não é fácil OLHAR para ninguém, nem para nós mesmos; mas é fato também que toda essa tática de dedução é totalmente ultrapassada e insustentável.
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ResponderExcluirSua senssibilidade me encanta. :)
ResponderExcluirTudo perfeito, amei o título.