sábado, 26 de fevereiro de 2011

Um olhar transparente, e sem gelo por favor!

Você já olhou para as pessoas? Mas olhar mesmo, de modo que não seja para analisar seu comportamento no meio social (o que pra mim são apenas julgamentos superficiais) e sim observando as atitudes respeitando sua subjetividade.

Como por exemplo, um grande amigo seu divulga uma conversa íntima distorcendo a realidade e depois não assume o tê-lo feito. A principio qualquer pessoa com sangue nas veias no mínimo daria uma lição de moral no amigo e se afastaria, mas isso é para aqueles que olham para as pessoas perfunctoriamente.

Se você fosse amigo mesmo, teria entendido a fragilidade dele ao se lembrar de todas as dificuldades pessoais que este amigo passou com a família, quando compartilhou com você as discursões, diálogos e tristezas. Saberia que essa distorção foi uma conseqüência de uma convivência conturbada com a própria mãe, cheia de ambigüidade e jogo de interesse. E assim você, na qualidade de amigo, entenderia a infeliz interpretação das suas palavras por uma pessoa a qual tem infinito carinho e conhecimento pessoal.

Eu não digo aqui para ser indiferente a traições e decepções, mas apenas para prestar atenção que tanto a "vítima" quanto o "réu" são humanos da mesma forma, propícios a errar, desentender, questionar e etc como qualquer outra pessoa. Se nos deixarmos ser tomados pelo sentimento de vitimização estaremos sento egoístas ao ponto de ignorar toda a convivência com célebre amizade, e assim cego de nós mesmos.

Levando em consideração esse exemplo fica mais fácil OLHAR para alguém próximo e especial, mas por que não olhar assim para George Walker Bush? Afinal, o que ele tem de humano diferente de nós? Se sabemos um pouco sobre a história dele, é fácil ver que provavelmente não teve uma boa convivência com o pai George Herbert Walker Bush, ou pelo menos bom exemplo. E por que não olhar assim para um estuprador? Certas barbáries só são possíveis de ser efetivada por um coração machucado, que só conheceu o abuso e a maldade, e que nunca chegou perto de ter um LAR composto por uma FAMÍLIA como devemos saudavelmente ter.

Então, o que faz pensar que essas análises comportamental são uma maneira de visão e expressão da subjetividade alheia? Sendo que cada um dos 6 bilhões de habitantes deste planeta são reflexos de suas escolhas pessoais, do ambiente que foram inseridos, das instituições que participaram e até mesmo do próprio DNA.

Que argumento concreto tem o julgamento? Que direito temos de julgar sendo que somos tão subjetivos quanto?

De fato, não é fácil OLHAR para ninguém, nem para nós mesmos; mas é fato também que toda essa tática de dedução é totalmente ultrapassada e insustentável.

Mas a questão se resolve no saber respeitar, saber domar o nosso ego e acima de tudo, compreender o tempo. Já dizia Ana Carolina "o tempo faz tudo valer a pena e nem o erro é desperdício, tudo cresce", e ao permitimos esperar o tempo passar veremos o bom resultado de mesmo depois de tanta mágoa, tanta decepção, ainda assim vale a pena respeitar (ou se possível perdoar) pois não há condição humana superior ou inferior, o que existe mesmo são limitações, fragilidades distintas.

2 comentários: