segunda-feira, 7 de maio de 2012

Síntese


Dói sempre assim Senhor?
Desabam-se lágrimas sensivelmente como água em nascente, sempre?
Até descobrir que “felicidade” é Deus quem soletra...
Que sozinhos nessa estrada ninguém se completa...

Quando dói assim Senhor
Gosto de imaginar que o machucado esta se fechando!
E quando me esforço pra sentir de novo
Lembro que teve dias que doeu mais
Daí imagino que quando doeu mais
O estilhaço de bala estourada estava sendo retirado de meu útero

Já tive um útero tão fértil!
Desenvolvia tantos sonhos!
Alimentava, cuidava...
De que mesmo serviu, Senhor?

É sempre assim?
Desabam-se sonhos a cada lágrima de um útero não fecundado?
Desaba-se pele a cada ano de uma vida sem vida?

Prefiro que desaba-se em mim maturidade
E que venham as rugas com elas!
A idade avançada, a idade da síntese...
O que fica é o que realmente valeu a pena a vida toda
Cicatrizes e pessoas

E quando da bengala eu precisar
Mais perto de vós Senhor, eu ei de estar!
Não por sentir a morte chegar
Mas por ver na prática da vida, o quanto eu preciso do Senhor para caminhar

Que doa sempre assim Senhor!
Doa de doer e aprender
Doa de doar e se entregar
A cada fase da vida que por ela eu passar.

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