sábado, 5 de novembro de 2011

Praticando a auto-crítica.

Acreditando que a maioria das pessoas tem desejos, e principalmente os mais jovens constroem seu presente baseados em expectativas futurísticas essencialmente subjetivas, sugiro aqui a auto-crítica.

Desconsiderando a princípio valores morais, éticos ou qualquer outra palavra que carrega seus sonhos de significados pejorativos ou não, procuremos analisar nossos objetivos de uma forma a problematizá-los para buscar sentido.

Citando um “burgês”, o qual preza seus valores em ideologias neoliberais, se valendo pelo quanto ganha e pelo tempo em que mantém seu ganho. Jovem, estudando para manter o patrimônio do “papai” ou da “mamãe”, pré-vê sua realização pessoal após adquirir um jato, o qual se movimentará para passar férias em sua casa na Europa, ou a trabalho que constantemente terá de fazer em vários países do mundo e etc.

Agora um ponto de vista de um intelectual, que tem cede insaciável pelo conhecimento, anseia pelo dia que conquistará lugar de destaque entre os grandes pensadores de seja lá qual for o ramo, busca qualificações para dar a sociedade respostas inquestionáveis ha cada pergunta formulada. Independente do contexto que for inserido deseja sempre ser o portador da verdade, fornecedor do saber, que é oriundo de um sistemático, cauteloso e autêntico estudo promovido pelo mesmo e aplaudido por todos.

Compartilhamos uma visão marginal, de um indivíduo que indefere de anseios materialistas ou intelectuais, busca por uma vida digna, onde não dorme preocupado com o que terá para comer amanhã ou como sustentar sua família uma vez que o pai ou a mãe tem dificuldade de “lidar” com o dinheiro (e/ou adquiri-lo) e distribuí-lo entre as próprias necessidades básicas justamente com as dele mesmo e de seus irmãos mais novos, incapazes do trabalho; ele está sempre a procura do que comer, de como driblar a fome, de se preocupar com o que faz-se imprescindível para a sobrevivência humana.

Enfim, dado três pontos de vistas extremistas, introduzo aqui essa tal de “auto-crítica”. A busca constante de um foco longínquo do “hoje”, do “presente”, do que se tem em mãos... Afinal, de que vale? Realização pessoal? Felicidade, equilíbrio, dignidade, sabedoria... É isso que vale deixar passar todo seu presente em função de um futuro? Independente da posição social, do valor aquisitivo envolvido, da moralidade, da utilidade; demasiado foco será mesmo que vale a pena? E quando à aqueles que buscam o básico, esse “básico” se limita a apenas necessidades biológicas? Para quê tanto foco naquilo que se pode tocar, te pode ter, se pode mostrar?

A soberba, seja em qual for a perspectiva “física” que aqui situamos, ou seja: monetária, didática e/ou alimentícia, deve sempre ser questionada. A final, nenhum milionário se diz completamente realizado dentro do seu jato sem uma esposa ao lado, sem um filho, sem um abraço, sem um carinho. O mesmo acontece com esse intelectual “dono da verdade”, de que vale tanta informação sendo que todo ser humano tem o humilde desejo de receber amor, atenção, consideração, entre outros. De que adianta ter sempre mesa farta, porém não se sacia de sentido, de motivo, onde rege a paciência, o diálogo, os sorrisos e que sempre nos remete a mesma necessidade: ser amado. E pouca gente é amada quando o mesmo não ama, há não ser (acredito eu) que seja por Deus.

A fé tem muitas utilidades, pode até alienar, estreitar a visão de um indivíduo a respeito de um fato; mas indubitavelmente a fé num poder transcendental, seja Deus, seja Alá, seja alcançar o nirvana e afins, completa o homem, dá sentido as buscas pessoais equilibrando-as a mais simplória necessidade física, mental, espiritual: o amor.

Espero ter levado-os aqui a problematizar seus anseios intrínsecos embasados no amor, ou seja: amar o que faz, fazer com amor e compartilhar o amor. Mas indico não limitar suas perguntas a apenas essas perspectiva, a final, há um turbilhão de sentimentos que nos invade cada dia de nossa vida, e na mesma proporção vem perguntas possíveis de serem respondidas, bastam observar que elas existem e que são tão presentes quanto seus sonhos, ou até mais.


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