segunda-feira, 21 de março de 2011

As pessoas querem acreditar...

 Por mais céticas que nossas palavras possam soar, no íntimo temos a simples carência em querer acreditar e em poder confiar.
 Queremos acreditar que é possível resolver problemas éticos entre os africanos, judeus, cristãos e mulçumanos.
 Acreditar na capacidade de ser honrado e honesto; e que a ganância que gira em torno do capital, do bem material, não supera o ato de ser sincero.
 Cada pessoa quer confiar no respeito; algumas querem respeito a Eucaristia, a um homem que nasceu da Virgem Maria; já outros anseiam que respeite a Vaca, a Barata, e a um homem que nasceu de uma flor.
 As pessoas almejam crer no amor verdadeiro, em “Romeu e Julieta", no pingüim que encontra, e se encanta, por sua única parceira; um amor recíproco, justo e eterno, recheado de momentos épicos...
 O problema do nosso “querer” é que geralmente vem agregado a mais outros dois verbos, “esperar” e “agir”. E se colocados de modo imperfeito, imobiliza qualquer sujeito.
“Nós queremos acreditar no amor sincero, no respeito étnico, na honestidade das palavras, na corroboração de cada religião. Mas esperamos, por orgulho ou por medo, que o outro aja de tal forma comigo primeiro.”
 Desejar definitivamente não é tão fácil quanto parece. Existem barreiras para deixar a busca mais excitante, ou distante...
 Talvez fosse mais conveniente buscarmos aquilo que precisamos do que aquilo que queremos. Seria mesmo melhor, se o que precisamos não fugisse a nossa limitada compreensão.
 O que nos resta, ou pode nos restar, é colocar os mesmos três verbos citados de forma diferente de nossos anseios: “Queremos sim a mudança,a exaltação dos bons sentimentos. Mas (incrível como esse artigo aparece nas relações humanas!) devemos esperar o tempo do outro, não é porque estou pronta que o resto do mundo também deve estar, contextualizar é sempre a opção mais prudente; para enfim agir, por aquilo que acreditamos tanto que de desejo se eleva a fé.”
 Saber o que queremos, a hora de esperar e a de agir, do que precisamos... São conhecimentos que, para aqueles que o domina, realmente tem em mãos a maior dádiva da vida.
 A nós, simples humanos que buscam conciliar o que queremos ao que precisamos, nos resta mover pela fé, aquele sentimento peculiar e quase instintivo que entra em constante atrito com nosso racionalidade, mas que de alguma forma, por algum motivo, atende as nossas mais intrínsecas necessidades.

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